domingo, 9 de maio de 2010

Negociando com a Athena

Como sempre, eu estava inseguro. É que a Athena Records era uma das maiores gravadoras atuais no mundo, estava lançando um monte de talentos e simplesmente mudar o nosso nome podia estragar muita coisa e eles podiam simplesmente descartar a gente.

E o que a Chloe ia pensar quando todo mundo, menos eu, começasse a chamar ela de onça? Ela podia se demitir, não? E ela sustentava a banda, era a melhor empresária que existia, não perdia uma discussão, se havia críticas negativas ela nos defendia e se uma fã qualquer dizia que estava grávida de um de nós, ela provava o contrário.
Eu não sei se ela ia reagir bem a esse negócio de onça. Eu não queria perder o nosso contrato, eu não queria perder a Chloe e muito menos voltar a tocar em barzinhos. Sabe, a questão nem era o dinheiro. Eu tava sim ganhando um bom dinheiro, troquei a minha modesta guitarra falsa por uma Gibson Les Paul original.
Era legal ser rico, mas se eu perdesse tudo aquilo, não me importava muito. Eu ligava mais era perder a banda. Se a gente fosse dispensado, provavelmente a banda iria se separar, porque sucessos assim, que acabam rápido, nunca mais voltam para o topo das paradas.
Eu não queria perder o perfeccionismo engraçado da Chloe, a tranquilidade até irritante do John, o otimismo simpático do Roger, a visão punk e revoltada do mundo do Thom e o tom reservado mas amigável do Nick.
Também preciso admitir, gostava de tocar para platéias grandes, gostava das fãs me seguindo, gostava de autografar as coisas esquisitas, tipo um gorro de tricô branco e principalmente, gostava de chegar em casa, abrir meu armário, encontrar um poster meu e do lado dele, o meu disco.
Lembra que eu falei que fé me faltava? Não tanto assim. Rezei o caminho inteiro, rezei orações que até achei que não existiam, e os caras só riam de mim. Finalmente chegamos ao prédio filial da Athena Records, subimos até o escritório dos grandes chefes no décimo quinto andar e fomos falar com eles. A onça tava junto, demos a ideia, e eles fizeram uma cara péssima. Depois falaram:
- Tenho ódio de mim por ter lançado vocês...
- O que? Gritou toda a banda
- Tenho ódio por ter lançado vocês como The Next Step! Se fosse So Weird direto teria muito mais sucesso! De qualquer jeito, a turnês So Weird Against Law começa mês que vem. Vamos assinar a papelada?