domingo, 20 de junho de 2010

O Acidente

A turnê inteira foi perfeita, nada de ruim aconteceu e eu realmente achei que a minha mania pessimista tinha acabado. Mas uma coisa você tem que saber, quando você está numa banda nada é perfeito, nunca.

Thom veio pedir nossa ajuda, ele comentou que queria pegar a onça, achava que ela era linda e realmente pensava que tinha se apaixonado pela primeira vez. Desde o começo da banda, as meninas sempre davam em cima do Thom, e ele sempre recusava, isso era impressionante.
Decidimos ajudar eles. Pedimos pra ela um avião novo, inventamos que o nosso tinha quebrado. Ela alugou um avião novo, mas não seria para a banda, seria pra ela e pro Thom. Nós iríamos deixar os dois sozinhos naquele avião.
O Thom pretendia pedir ela em casamento. Eu também achei que era muito cedo, mas ele disse que eles estavam juntos a muito tempo, só que não como um casal, mas ele tinha certeza que ela iria aceitar.
Talvez aceitasse, mas isso nunca vamos saber. O avião em que eles estavam caiu. Chloe saiu ilesa, quase, quebrou alguns ossos, mas nada sério, agora o Thom, ele entrou em coma. Na queda ele bateu a cabeça, sofreu um traumatismo craniano e entrou em coma.
Será que agora era o fim mesmo?

sábado, 12 de junho de 2010

O Primeiro Show

Acabei de reparar que eu sou inseguro, muito inseguro. Sempre que acontece alguma coisa boa, eu vou e penso no lado ruim. Agora era o nosso primeiro show da turnê e eu não pensava "Oh, vai ser ótimo, minha carreira está decolando e blá blá blá". Eu pensava " Ai meu Deus, e se o show estiver vazio? E se os ingressos não venderem? E se o equipamento quebrar? E se um saco de areia cair na minha cabeça bem no meu solo? E se o Roger desafinar? E se blá blá blá blá"

Quanto mais perto do destino eu chegava, mais o nervoso aumentava, e os caras? Estava super animados, felizes! Eu não conseguia. Óbvio que eu estava feliz, lá no fundo pelo menos, mas não conseguia ter aquela animação.
Mas o nervoso passou rápido, bem rápido. Ao chegar no estádio, ver o tamanho do palco que montaram e ver aquele camarim, ver o nosso equipamento sendo limpo pela produção, ver aquilo tudo profissional me deixou muito feliz.
Mas tocar em público ainda me deixava nervoso. E se eles não gostassem de mim ao vivo? Eu tenho que parar com isso, sério. Talvez seja por isso que eu estou escrevendo esse diário. Eu estava escrevendo no diário trancado no banheiro do camarim enquanto os caras treinavam uma música nossa quando a onça entrou:
-Parem com isso, vamos entrar em cinco minutos e a banda de abertura já está sendo vaiada. Rápido, se preparem, as músicas estão na ordem do disco e são as mesmas do disco. RÁPIDO!
Nick bateu na porta e mandou eu sair, porque nós iríamos tocar. Eu escondi o diário no bolso da minha jaqueta, sai do banheiro, peguei a guitarra e fui. As luzes piscavam, o povo gritava e meu coração acelerava.
Chegamos no palco, paramos e ficamos quietos. Os fãs também ficaram. Até que eu gritei:
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!
E eles responderam a mesma coisa. A partir desse momento o show começou, começou e infelizmente terminou. Foi perfeito, acho que o melhor show que eu já fiz ou irei fazer.