A felicidade era enorme, a gente mal podia acreditar. Nós nos despedimos das noites de fossa, das discussões contra a Madonna, das tardes ouvindo Move On, de tudo triste! Eu arrumei minha mala no mesmo segundo que eu desliguei o telefone.
As coisas estavam começando a ficar frias. Nenhuma música nova na rádio, os mesmos posters nas bancas, as fãs não estavam mais tão doidas e a Athena não ligava para a gente para marcar um show a mais ou menos um mês.
Como sempre, eu estava inseguro. É que a Athena Records era uma das maiores gravadoras atuais no mundo, estava lançando um monte de talentos e simplesmente mudar o nosso nome podia estragar muita coisa e eles podiam simplesmente descartar a gente.
Meu Deus, uma banda de sucesso? Eu tava mesmo numa banda de sucesso? Com direito a disco e tudo mais? Não sei se eu tenho baixa auto-estima, mas nunca me considerei um talento nato. Mas talvez eu seja né? Já que gravei um disco como guitarrista solo, devo ter algum talento.
Juntar todo o trabalho pro disco foi difícil, bem difícil. A gente tinha gravado 15 músicas e o disco podia ter elas, mas se a gente não gostasse de alguma podia tirar, mas o disco precisava de no mínimo 7 músicas.
Era um sábado de manhã, mais especificamente, oito da manhã. O telefone do nosso quarto do hotel tocou, era Chloe. Pelo amor de Deus Chloe! Nós somos roqueiros de verdade agora, e roqueiros dormem até as duas da tarde no mínimo num sábado!
-Oi mãe, tá tudo bem. Não mãe, eu não fumei nada. Ok mãe. Eu juro, não, isso não. Tá, tchau.