terça-feira, 4 de maio de 2010

Law Against Me

Juntar todo o trabalho pro disco foi difícil, bem difícil. A gente tinha gravado 15 músicas e o disco podia ter elas, mas se a gente não gostasse de alguma podia tirar, mas o disco precisava de no mínimo 7 músicas.

Qual delas seria a faixa título? Tinha pelo menos umas cinco músicas que poderiam ser hits, e uma delas precisava ser a faixa título. E a capa? Eu não esperava pensar em uma super capa como, sei lá, Houses of the Holy.
E os encartes? As fotos? O nome? Gente como se faz um disco? Eu faço parte de uma banda e nunca pensei nisso. É irritante, muito irritante. Das quinze faixas, duas eram clássicos já, cinco eram hits com certeza, três eram boas, mas não tanto e o resto, preferimos excluir. Não somos o tipo que prefere quantidade do que qualidade, e eu não estou falando de roupas, e sim de músicas.
A capa? Nenhum de nós apareceu na capa. Era um revólver preto ocupando quase toda a tela em primeiro plano e um leve silhueta em segundo plano. Tipo uma arma apontando pra alguém. O nome ficava em vermelho logo em baixo e o nome da banda, em preto do lado.
O nome do disco era Law Against Me, também nome de uma das faixas. O engraçado é que a música nem era pra ser título, a faixa título deveria ser outra mas a gravadora não gostou, achava que era uma letra muito crítica e nos obrigou a mudar. Law Against Me foi escrita no banheiro do hotel por Nicholas.
Bom, o disco foi um sucesso. Meio demorado, mas quando estourou, estourou. Nossas músicas tocavam direto no rádio, fãs paravam a gente na rua para fotos e me perguntavam direto se eu me considerava um jovem talento.
Quando estávamos voltando para nossa cidade, no aeroporto, estavam mais de mil pessoas, aquilo era incrível. Tive medo de ser uma daquelas bandas de rock, que toca nas paradas uma vez e depois nunca mais toca. Isso não aconteceu, ainda bem.
Não demorou muito pra nossa primeira turnê. Vou contar sobre ela depois, agora o avião vai decolar e ler ou escrever durante viagens me da dor de cabeça.