sábado, 24 de abril de 2010

A Empresária

Era um domingo um tanto cinzento. Dava até um certo nervoso de pensar em ficar sete horas em um maldito avião naquele tempo. Parecia que o mundo ia desabar em cima de nossas cabeças. Estávamos sentados naquelas poltronas pretas frias observando o vento levar os galhos das árvores de um lado para o outro.

De repente uma mulher alta, de terninho bege, óculos, cabelo castanho liso preso em um rabo de cavalo alto e um sapato de salto alto que fazia um som extremamente irritante a cada passo que ela dava. Ela também não largava aquele maldito celular. O que tanto ela fala? Me pergunto até hoje.
Era Chloe, nossa futura empresária. Ela era um tanto séria, chegava até a me assustar. Ela tinha um sotaque inglês muito engraçado e até hoje nunca vi um sorriso na cara dela. Na verdade acho que nossa maior conversa durou dois minutos pois o celular dela tocou e ela realmente PRECISAVA atender, realmente, Chloe é uma doente obsessiva, mas nunca perdeu uma discussão para alguém, então ela é uma ótima empresária.
A primeira coisa que ela disse ao ver a banda foi:
- Isso é um futuro sucesso? Vou ter muito trabalho. A propósito, o vôo de vocês para Londres sai em 20 minutos, melhor ir para o avião, vou em seguida.
Levantamos e fomos para o avião. Nicholas disse baixo pra mim:
- Essa mulher é surtada.
- Eu sei.